A romancista SG, apesar de jovem tem já uma certa experiência ficcionista e é visível na sua atitude preocupações para com o social. É dos escritores mais presentes se levarmos em atenção a regularidade com que publica. Em "Erros que Matam" deixa-nos um aviso de que no seu ofício a opção primeira é a condição humana, daí a deslumbrante sociologia com que desemboca no romance a seguir, intitulado "A Filha do General". A literatura angolana não é rica de ficcionistas femininas ao contrário da sua poesia onde se tem destacado grandes criações poéticas de mulheres, daí toda a atenção e o seguimento paciente que recai sobre Sónia Gomes.
Na apreciação que faço à largueza da sua imaginação, a precisão da linguagem satisfaz o óbvio mas não será já uma obra de grande elaboração estética. Ainda assim, não concordo de maneira nenhuma com seus detratores que a caracterizam como simples "água açucarada", porém a relação que tabelece com a arte é ainda de baixo coturno.
A sua realização plena pode dar-se com o tempo mas é necessário que SG não encareça a leitura nos mais distintos continentes da (re)criação. Sim, porque para um escritor, qualquer leitura pode ser recriação, é ali que reside a alma da superação e da criatividade. É jovem, e quando se o é tudo dele se espera. Creio que os seus bajuladores (sim, que os tem) que até lhe deram uma bolsa "fraudulenta" de criação e que têm no escritor Adriano Botelho de Vasconcelos a face pública, deveriam, entre todas as virtudes do talento, indicar-lhe bons autores, para complementar alguma orientação informativa porque a literatura, sendo arte é uma viagem profunda na busca incessante do texto, ainda que não seja por uma "nova linguagem".
A competência pela realização estética perpassa uma dicção e uma actuação pessoais, daí que resulta nula a débil comparação com Pepetela, como foi na pobre análise de um certo escritor. Fica este conselho gratuito: SG, leia bons autores, sempre essenciais para a própria reorientação na elaboração estética.
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